terça-feira, 8 de novembro de 2011

Paz e Arroz

Não me olhe
Não me analise
Não me dê um quinhão.
Pois eu sou intensa
Sou pretensa
Sou tensa.
Não quero inquietação
Complicação, mistério.
Quero o simples
Quero paz
Quero mais.
Quero arroz.
Amor é bom e vem depois.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Receita de Chá para Produção Científica

Segue aqui uma bebida milagrosa que pode ajudar a produção científica dos acadêmicos de plantão:

1 Litro de água - Hidrata, mantém a temperatura do corpo ideal (principalmente nestes dias de calor infinito) e não deixa as células murcharem na produção extenuante de conhecimento.

2 colheres de sopa de chá branco - Dizem que emagrece (algo essencial aos pesquisadores científicos que não têm tempo, saco nem dinheiro para academia corporal, mas ainda tem apreço às belas formas corporais - há os que as desprezam com justificativas ideológias para mascarar a verdade do descaso fisiológico), além disso tem boas doses de cafeína, fazendo você ficar acordado sem destruir o seu estômago e também vai dar vontade de fazer bastante xixi (sim, acadêmicos também fazem numero 1 e 2, veja só!), lembrando que você é um ser humano e que precisa sair da mesa de trabalho de vez em quando.

1 colher de sopa de ginko biloba - melhora a microcirculação sanguínea, ajudando no desempenho neurológico, ou seja, imprescindível a qualquer pesquisador com mais de 25 anos, onde a curva da atividade cerebral segue (bem lentamente, eu espero) para baixo.
1 colher de calêndula - Tem propriedades antidepressivas, essenciais para encarar as pilhas infinitas de bibliografias e as pentelhices da ABNT e do rigor científico (absurdo, principalmente para as pesquisas em humanidades).

Pode parar por aqui, mas se você for uma mulher ainda recomendo o acréscimo de 1 colher de sopa de cavalinha, que vai ajudar a combater a celulite que insiste em se instalar nos seus belos glúteos no processo de fusão dos mesmos à cadeira em que você passa a maior parte do seu dia.

Caso esteja calor uma colher de hortelã cai bem, caso sua death line esteja gritando, camomila pode ajudar a manter a calma e produzir, além de reduzir a acumulação de gases (ou seja, eles serão expelidos - certifique-se de que estará sozinho ao fazer uso desta substância).

Ferva tudo por 5 minutos, deixe descansar por 10 minutos e beba quente ou frio, de preferência sem açúcar, pois este inibiria a ação e o propósito de dois dos ingredientes adicionados - emagrecer e combater a celulite.

E se quiser que a sua carreira seja duradoura, lembre-se: alimente-se bem, beba água, faça atividades físicas e aprenda a dizer não, afinal... NÃO, NINGUÉM É CAPAZ DE ASSUMIR TODOS OS COMPROMISSOS DO MUNDO!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Em paz na orca

Num fim de tarde seco e quente
Em pleno outono inexistente
Onde as estações se confundem 
Música e trânsito se encontram
Paisagem e lixo se misturam
Tudo se conecta num instante
Numa desarmonia interessante.
Bom é olhar com poesia
Bom é (so)rir com alegria
da simplicidade de uma árvore
revestida de concreto e madeira morta.
Bom é encarar com criatividade
a sempre imensa fila da Ponte Orca!


04.05.2010 17h50 voltando da usp...

terça-feira, 30 de março de 2010

Alienação é a saída?


Pensando mais uma vez sobre a forma como as pessoas reagem aos atos políticos de lutadores contra as opressões, mais uma vez me ponho a perguntar: será que se eu fosse alienada as coisas seriam realmente mais fáceis? 
Pois bem, farei aqui uma alegoria bem esdrúxula que esboça o porque acho que não. Ser estuprada após ter tomado um "boa noite cinderela" evita filhos, doenças ou traumas? A violência, embora não tenha sido percebida no exato momento, será sentida pelo resto da vida, ainda que não se tenha a mínima lembrança do que aconteceu no dado instante.
Atar os olhos, tampar os ouvidos, calar a boca, nada disso anula o existir. E existir é estar sujeito à interferências, desvios, esbarrões, tropeços, encontros e à necessidade de se posicionar.
E posicionar-se não é só ter um belo discurso. É ter coragem de tornar práticas as suas falas, de criar modos de expressar as coisas em que você diz que pensa e acredita. É ir pra rua, é berrar pro mundo, é tomar partido, é assinar um papel.
Lutar é ousar. E ousando e arriscando a gente vence. Nem sempre. Mas, se formos espertos e unidos, muitas vezes.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Epistemológica em Sherlocando uma tese....

O negócio na verdade é simples, como disse o Mario Prata....





Uma tese é uma tese

MARIO PRATA
Quarta-feira, 7 de outubro de 1998 CADERNO 2

Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290. Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza. Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria uma tesão.

Copyright 1998 - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 16 de março de 2010

Alguém vota em mim?

Eleições para respresentação discente do Mestrado em Educação da Umesp, olha eu aí me jogando de cabeça na sonhada democracia...

Candidata: Camilla Cabello

 Sou graduada em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV pela Universidade Metodista e curso o 3º semestre do Mestrado em Educação também na Umesp como bolsista da Capes, orientada pelo Prof. Elydio dos Santos Neto.
Acredito que é importante uma representação discente decente, coerente e focada em atender aos interesses dos estudantes do Mestrado para um caminhar acadêmico produtivo, objetivo (respeitando e considerando as subjetividades) e tranquilo para todos, dentro do possível.
Espero de alguma forma poder contribuir com o Programa de Mestrado neste sentido, buscando uma comunicação fluente e eficiente dos discentes com os docentes, com o programa e com a universidade. 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A Epistemológica

Aqui está a personagem que eu criei depois da Oficina de Quadrinhos que fiz na Brinquedoteca da Pedagogia lá da Universidade Metodista.
De lá pra cá ela tem ilustrado meus cadernos satirizando o meu cotidiano acadêmico e pessoal. Publico aqui já advertindo para o fato de que os personagens que estrelam estes quadrinhos são fictícios e qualque semelhança com a realidade é mera coincidência.




Graças aos Tucanos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Chicas e Guimarães

Uma das manifestações mais lindas que vi sobre A Terceira Margem do Rio, do Primeiras Histórias. Simplesmente emocionante!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tempos Modernos





Até o Hitler se envergonha disso! Eu rio pra não chorar, porque me parte o coração mesmo. É nesses momentos que percebo a inclinação humana para o mal. E misericórdia de Deus. Essa doeu na cruz, hein, Jesus! E aí, tem pecadinho e pecadão? Graças a Deus que existe perdão!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pequeno esboço de minha concepção antropológica




Julgo ser este um ótimo momento para começar a escrever os primeiros traços de minha concepção antropológica, que eu julgava tão intrínsica e secreta, mas que num breve conflito social se mostra, na verdade, tão latente.
Penso o ser humano de várias maneiras, mas em sua essência como um ser social incapaz de viver totalmente isolado e por isso dependente do saber conviver entre poucos e muitos, sem esquecer-se das necessidades pontuais de isolamento. Digo isso porque enxergo como necessário o tempo individual para reflexão sobre a enorme implicância do conviver sobre ser.
Cada encontro é um desvio. Cada encontro é um discurso. Disse um filósofo querido. Concordo e acordo, mais uma vez.
Interferir na constituição do ser do outro requer atenção, cuidado, empatia e muita, muita inteligência emocional. Isso porque eu também estou sendo interferida, e até sofrendo desta interferência. Mais inteligência emocional. Mansidão. Dominio próprio. Temperança. Será que existe mesmo chá natural capaz de conter essa velha natureza? Acho que conter não ajuda. Creio na transformação a partir do espírito. E reconheço que ainda sou uma criança em meu espírito. E isso se reflete em emoções, pensamentos e ações.
Muito há para crescer adiante, muitas projeções não projetadas trago ainda misteriosas a mim mesma, mas uma já tenho certa: quero participar, ser parte e ter parte, ouvir e ser ouvida, falar e ser falada, interferir e ser interferida, ainda que isso doa e gere o impulso deseperado pela solidão. Solidão para olhar de fora pra dentro e de dentro para fora. Solidão memorial, formativa e temporária.
Cada qual com seu tempo, cada passo em seu espaço, seja dado junto ou dado separado. Seremos nós mesmos o que representados somos? Isso só a onisciencia é capaz de afirmar. Eu só sei que nada sei. Mas muito busco. Viver. Saber. Ser.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Testemunho Poético


Muita coisa aconteceu.
Tudo mudou.
Não foi pela minha força,
Nem pela minha vontade.
Foi apenas pela ousadia
de dar ao Espírito liberdade.
Antes eu queria Deus
Mas não queria mudar
Queria bênçãos
Mas sacrifícios, não.
Achava que tragos,
Goles,
Falsas gargalhadas
e doutrinas confortáveis
eram o caminho para a libertação.
Até que enfim, houve uma brecha
e a ilusão acabou enfim
Confessei com minha língua:
Ninguém mais morreu por mim.
Me arrependi imensamente
ao perceber que tamanho amor por mim.
Entendi que meu corpo é templo
Que agora Ele habita em mim
Abri mão do que era e do que tinha
E Ele então restaurou,
quebrantou, transformou.
E só então eu pude descobrir
O que é vida de verdade,
O que é vida em abundância.
E eu que procurava a verdade,
finalmente a encontrei.
E pra glória do nome d'Ele
A verdade me libertou!

João 8:32 "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

Enfim, que após muito tempo de silêncio as palavras voltam aos meus lábios, agora glorificadas, agora alinhadas, agora verdadeiras. Graças à Jesus. Graças ao meu amado Senhor!